As vezes sinto que tem um leão rugindo dentro de mim, prestes a rasgar meu peito e pular para fora. Nesses momentos uma musica povoa meus pensamentos: “Eu quero e tocar fogo nesse apartamento, eu quero é ir embora, eu quero dar o fora. E quero que você venha comigo…”. Acho que é por isso que eu corro, corro, corro. Para acalmar esse leão.

É uma vontade de mudança misturada a uma vontade de permanência que brigam incessantemente. Uma vontade de lutar e fazer a diferença e, ao mesmo tempo, de economizar energia e ficar bem quieta só observando.

Será que essa oscilação, essas forças, aparentemente opostas representam equilíbrio, ou desequilíbrio?  Fico pensando se vai chegar o dia em que vou pisar mais forte para um lado e descer ladeira abaixo, deixar a avalanche desabar e seguir com ela.

Más, pode ser que eu caia e fique soterrada com tanta força e peso. E se soterrada eu queira voltar ao cume. E se soterrada eu queira permanecer.

Evito me manifestar quando sinto esse leão a arranhar meu peito, fico só segurando ele, tento olhar nos seus olhos e, ele me evita agitado e, continua arranhando minhas entranhas. Posso sentir suas unhas afiadas se machucarem de tanta insistência, raspando em vão. Sinto suas unhas me machucarem, nos ferimos, sangramos, até não mais lutarmos.

Descanso, recuperação. Até a próxima inquietação! Já sentiu esse leão?

Mariana Oliveira

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